FAESC
15 de julho 2025
O mercado de terneiros apresenta sinais de recuperação neste ano. Dados do Grupo de Melhoramento Genético (GMG) da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) revelam que, no primeiro semestre deste ano, foram avaliados 82 leilões de animais em diversas regiões, o que apontou um cenário positivo para a pecuária de corte catarinense. O levantamento contou com o apoio da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), parceira dos eventos agropecuários.
Segundo o professor Diego Cucco, responsável pelo GMG/Udesc, o número de leilões apresentou um leve aumento em relação ao ano anterior. As regiões Oeste, Meio-Oeste e Planalto Serrano seguem como os principais polos de comercialização. O Oeste liderou com 27 eventos – um crescimento de 18,52% em comparação a 2024. O Meio-Oeste registrou 22 leilões, um a mais que no ano passado, enquanto o Planalto Serrano teve uma pequena redução, também com 22 eventos. Houve pequenas alterações nas demais regiões, que contabilizaram 11 leilões no período.
Para o presidente do Sistema Faesc/Senar, José Zeferino Pedrozo, o aumento no número de leilões demonstra a confiança dos pecuaristas que voltaram a investir, motivados pela expectativa de melhores margens e pela excelente qualidade dos animais – resultado de constantes investimentos em novas técnicas e tecnologias. “Os leilões de terneiros estão entre as principais referências para o mercado agropecuário em nosso estado. Essa análise, feita pelo GMG da Udesc, tem sido essencial para que o pecuarista acompanhe, com precisão, a variação dos preços nas diferentes regiões”.
De acordo com o presidente, a identificação das tendências de valorização ou desvalorização dos animais é essencial para o planejamento e a condução estratégica da atividade. “Trata-se de uma iniciativa fundamental para a tomada das melhores decisões sobre produção, manejo e comercialização”.
MAIS DETALHES DO ESTUDO
De acordo com Cucco, a avaliação da distribuição mensal dos leilões nos últimos anos permite evidenciar uma tendência de antecipação das vendas dos terneiros. O mês de março registrou um expressivo aumento no número de leilões e abril manteve-se como o mês com maior número de eventos. Esse comportamento pode estar associado à maior eficiência reprodutiva dos rebanhos, estações de monta mais adiantadas e maior densidade de partos no início da estação de parição.
O estudo demonstra, ainda, que se trata de um cenário que tende a continuar. Deste modo, pode ocorrer um possível distanciamento entre a oferta de terneiros e as disponibilidades de pastagens de inverno, que são utilizadas por muitos recreadores. “É um tema que merece análise, pois levanta alguns questionamentos, como: seria viável antecipar o plantio das pastagens de inverno? Contaremos com variedades e condições climáticas adequadas? E como ajustar a integração lavoura-pecuária, considerando que, muitas vezes, a cultura de verão ainda estará em fase de colheita nas lavouras?”, argumentou o professor da Udesc.
Neste ano de recuperação de valores, foi possível verificar, ao longo da temporada, uma tendência linear ascendente de preços, tanto para machos como para fêmeas – inverso à queda constante ocorrida em 2024. “Nesse período, tivemos a aproximação de preço entre os sexos. Como destacado em 2024, esperávamos o início da reversão de ciclo nesta safra, que fechou com as fêmeas tendo uma desvalorização de 5% em relação aos machos – menor do que no ano anterior”.
Ao observar os valores de pico de preço constatados em abril de 2021, as fêmeas naquela época atingiram um preço deflacionado de cerca de R$ 19,52 por kg de peso vivo. Dessa forma, nota-se um espaço para maiores preços na nova safra. No Planalto Serrano, região tradicional de cria, os preços médios voltaram a superar os de outras regiões, comportamento semelhante ao ciclo de alta anterior.
“Fechamos essa safra de 2025 com valores cerca de 24% superiores ao ano anterior com recuperação levemente mais alta para as fêmeas em relação aos machos. Após três anos sucessivos de quedas, os valores médios finais foram de R$ 13,70 por kg de peso vivo para os machos e R$ 12,99 centavos para o quilo do peso vivo das fêmeas”, explicou Cucco.
PERSPECTIVAS PARA 2026
Após três anos de quedas, o cenário atual traz alívio para os pecuaristas. “Estamos voltando a respirar bons ares para a pecuária de corte. Os ciclos sempre existirão, mas cada vez mais nos deparamos com fatores complexos de serem previstos e avaliados. Eventos sanitários, econômicos e geopolíticos podem mudar o cenário rapidamente, mas seguimos otimistas em relação à safra de 2026”, ressaltou Cucco.
O GMG/Udesc realizou 14 boletins semanais no primeiro semestre, com análises criteriosas dos resultados. Para o segundo semestre, está prevista a divulgação dos dados dos leilões de reprodutores.
As informações completas também estão disponíveis no programa “Conexão Udesc e a Produção Animal” e no perfil do Instagram @gmg_udesc.
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