FAESC
19 de dezembro 2025
O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), José Zeferino Pedrozo, participou nesta semana de uma reunião de mobilização estratégica em defesa do setor orizícola catarinense. A iniciativa, realizada de forma híbrida com programação presencial em Criciúma, foi promovida pela Câmara Setorial do Arroz, a partir de proposição do deputado estadual Zé Milton.
O evento contou com o apoio do Sistema Faesc/Senar/Sindicatos, do Sindiarroz/SC, da Associação Catarinense dos Produtores de Sementes de Arroz (Acapsa) e do Sistema Ocesc. Estiveram presentes produtores, representantes de cooperativas e de agroindústrias, lideranças políticas e institucionais, especialistas e outros representantes do setor produtivo para debater o atual cenário da atividade e buscar soluções para a crise que afeta o segmento.
Durante sua explanação, Pedrozo destacou o momento preocupante vivido pela cadeia do arroz no Brasil e em Santa Catarina, que afeta principalmente a região Sul do Estado, onde se concentra a maior parte da produção catarinense. Segundo ele, em 2025 o setor enfrentou um cenário extremamente desafiador, com queda de 37,5% nos preços em relação a 2024. O recuo foi provocado, principalmente, pelo expressivo aumento da oferta, que pressionou as cotações e comprometeu a rentabilidade dos produtores.
O dirigente ressaltou que diante desse contexto, o Sistema CNA atuou no âmbito da Câmara Setorial do Arroz do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), apoiando a adoção de medidas para o escoamento da produção. “Como resultado, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apoiará o escoamento de 444,9 mil toneladas de arroz da safra 2024/2025, com foco nos estados do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina”, afirmou Pedrozo, ao informar que o primeiro leilão de Prêmio para Escoamento de Produto (PEP) e de Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural (Pepro) está marcado para o dia 22 de dezembro, a partir das 9h30.
Pedrozo enfatizou, ainda, que do ponto de vista econômico, o impacto no setor foi expressivo. “Em 2025, as margens do arroz recuaram cerca de 74%, tornando, em muitos casos, a receita insuficiente até mesmo para cobrir os custos diretos da atividade. Esse cenário de preços baixos e margens negativas já influencia as expectativas para a próxima safra”.
Ao falar sobre 2026, afirmou que a projeção indica redução da área plantada, com produção estimada em 11,3 milhões de toneladas, o que representa queda de 11,5% em relação à safra anterior. Ele comentou que a retração é consequência direta do excesso de oferta e dos preços deprimidos em 2025. “Mesmo assim, a produção estimada deve ser suficiente para suprir o mercado interno. Apesar da redução de área, as margens permanecem sob pressão, com queda de 24% na margem bruta da safra 2025/2026 em relação a 2024/2025, reflexo da combinação entre preços mais baixos, estoques elevados e menor produtividade”, ressaltou o dirigente.
Para o presidente do Sindicato Rural de Araranguá, Rogério Pessi, depois de muitas reuniões com entidades e agricultores para tratar das dificuldades enfrentadas pela cadeia produtiva do arroz, esta foi a primeira com caráter propositivo, muito objetiva e esclarecedora. Todas as entidades participaram com propostas e encaminhamentos que podem ajudar o setor a enfrentar mais um ano de dificuldades, principalmente para o produtor rural. “Foi uma reunião muito produtiva”, avaliou.
O deputado Zé Milton ressaltou que a mobilização marca um passo decisivo. “Estamos falando de um setor estratégico para Santa Catarina, que gera emprego, renda e alimento. É hora de união, diálogo e ação coordenada para proteger o produtor e garantir o futuro da orizicultura catarinense”, destacou.
DELIBERAÇÕES
Entre as principais deliberações resultantes da reunião estão: realização de uma audiência de mobilização ao final da safra 2025/2026, defesa da isenção do ICMS no Estado por pelo menos um ano e análise da formação do preço do arroz, com estudo sobre a possibilidade de revisão do preço mínimo.
O público do evento também defendeu a diferenciação do arroz nacional em relação ao produto importado, especialmente na rotulagem, a avaliação de ajustes na área plantada, o estímulo ao consumo interno por meio de campanhas e o fortalecimento das exportações como forma de escoar excedentes.
A reunião apontou, ainda, a necessidade de novas rodadas dos prêmios para a safra 2025/2026, o retorno do subsídio ao seguro agrícola, além da securitização das dívidas dos produtores, considerada fundamental para dar fôlego financeiro ao setor.
Outro encaminhamento relevante foi a articulação junto ao Governo do Estado para incentivar pesquisas via FAPESC, com foco no desenvolvimento de novas aplicações do arroz em diferentes cadeias produtivas, agregando valor ao produto catarinense. Também foi anunciada a construção de um Projeto de Lei para garantir a presença do arroz na merenda escolar em todas as escolas, fortalecendo o consumo institucional e a segurança alimentar.
A partir de agora, a Câmara Setorial do Arroz seguirá com articulações junto aos governos estadual e federal, consolidando uma agenda permanente de defesa do setor.
Acesse os canais de comunicação do Sistema Faesc/Senar:
· Site: https://bit.ly/faescsenar
· Facebook Faesc: https://bit.ly/facebook-faesc
· Facebook Senar/SC: https://bit.ly/facebook-senar
· Instagram: https://bit.ly/instagram-faescsenar
· YouTube: https://bit.ly/youtube-faescsenar
· Portal EAD Senar/SC: https://eadsc.senar.com.br/