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28 de outubro 2025
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27 de outubro 2025
O penúltimo webinar do ano, promovido pelo Sistema Faesc/Senar em parceria com a Safras & Mercado, teve como tema “Cenário de oferta e demanda global, perspectivas de mercado do arroz”. O evento, realizado na noite de segunda-feira (27), contou com palestra do analista de mercados agrícolas Evandro da Silva Oliveira, especialista nas culturas de arroz e feijão.
A iniciativa reuniu dirigentes sindicais, produtores rurais, profissionais do Sistema Faesc/Senar/Sindicatos, equipes técnicas da Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) e demais interessados no tema.
O presidente do Sistema Faesc/Senar, José Zeferino Pedrozo, destacou a importância de debater o mercado do arroz, cultura que, assim como o leite, enfrenta desafios constantes. Segundo ele, é essencial que o setor se mantenha atualizado para tomar as melhores decisões em uma atividade de grande relevância econômica.
Pedrozo ressaltou ainda que a parceria com a Safras & Mercado é estratégica por oferecer informações sobre as transformações do cenário macroeconômico e apresentar perspectivas sobre os principais segmentos que impactam diretamente o agronegócio. “A iniciativa tem contribuído de forma significativa para a disseminação de informações sobre tendências que influenciam preços, oferta, demanda e fatores econômicos, fornecendo base sólida para as melhores decisões”, afirmou.
CENÁRIO DO ARROZ
Durante sua apresentação, Evandro da Silva Oliveira traçou um panorama detalhado do atual cenário do arroz, marcado por pressões estruturais persistentes e pela necessidade de medidas estratégicas. O analista apontou que o setor vive um superávit técnico frágil, dependente da redução das importações, além de estoques elevados que mantêm a sobreoferta e geram tensão no mercado.
Nos últimos meses, segundo ele, o mercado tem se mostrado travado e com liquidez reduzida, com negociações pontuais. Entre os fatores que agravaram a situação, citou o tabelamento dos fretes, medida que trouxe sérios prejuízos em um momento em que o escoamento da produção é essencial. “Desde o início da temporada, reforçamos que o mercado do arroz precisaria garantir o escoamento tanto no mercado interno quanto externo”, enfatizou.
O analista também comparou o cenário do arroz ao do leite, ambos impactados pelas importações. Ressaltou que o arroz viveu situação semelhante no ano passado, quando atingiu pico de valorização e o Governo interveio incentivando as importações, o que intimidou o produtor e forçou a queda de preços. Parte desse produto nem permaneceu no país. Agora, de acordo com ele, o setor enfrenta novamente o mesmo desafio, com as importações do Paraguai ameaçando a estabilidade do mercado nacional.
COMPETITIVIDADE E ESTRATÉGIAS
Segundo Evandro, a competição com países do Mercosul, que operam com custos menores e isenção de tributos como PIS/Cofins sobre o produto importado, tem afetado a competitividade brasileira. Além disso, o frete elevado e a burocracia — o chamado Custo Brasil — reduzem a viabilidade das exportações.
Como pontos de virada, o especialista reforçou que a exportação é essencial para o escoamento da produção, embora ainda falte competitividade. Defendeu também a redução coordenada da área plantada, priorizando regiões mais eficientes e evitando a expansão em áreas de baixo rendimento.
LINHAS EMERGENCIAIS E CAMPANHAS DE CONSUMO
Evandro reforçou ainda a importância de linhas emergenciais de crédito e armazenagem e de campanhas de estímulo ao consumo de arroz e feijão, visando atingir o novo perfil de consumidor. “Estamos diante de uma nova geração que cozinha cada vez menos. Tanto o setor do arroz quanto o do feijão precisam, com urgência, aprender a se comunicar com esse novo público”, alertou.
O analista destacou que o consumo de alimentos de baixo valor nutricional cresce, enquanto produtos essenciais como arroz e feijão perdem espaço. “As campanhas de incentivo ao consumo buscam reverter esse cenário, destacando a importância nutricional e cultural desses alimentos que fazem parte da nossa identidade. Cada um de nós tem um papel como promotor dessa cultura alimentar”.
Outras medidas em pauta para enfrentar os desafios no mercado de arroz, segundo o especialista, reforçam a necessidade de ações coordenadas entre produtores, entidades e Governo.
OUTRAS MEDIDAS
Entre as propostas destacadas estiveram a remoção da CDO (Contribuição para o Desenvolvimento da Orizicultura) sobre exportações, para aliviar os custos e incentivar a competitividade externa; a equiparação do ICMS especialmente Rio Grande do Sul e Santa Catarina com o Paraná; a flexibilização e revisão da tabela mínima de frete, buscando reduzir os custos logísticos; incentivo e capacitação à exportação, aproveitando o momento de câmbio favorável; ajustes regionais no plantio, com foco em produtividade e eficiência; e gestão de estoques e controle de oferta, tomando como exemplo a atuação do Mercosul.
PRÓXIMA EDIÇÃO
A última edição deste ano será no dia 16 de dezembro, às 19 horas, sobre o mercado do milho e da soja, com Paulo Molinari. A iniciativa integra o cronograma bimestral do Sistema Faesc/Senar e Safras & Mercado, que oferece palestras gratuitas com informações estratégicas sobre mercados que influenciam diretamente os principais segmentos do agronegócio catarinense. Para participar basta acessar o site https://sistemafaesc.com.br/ e preencher a inscrição.
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